«O sol bate nas cortinas e é entre elas que a conversa começa na casa onde vive na Rua do Conde de Redondo, em Lisboa, um antigo café. A olhar para uma fotografia nova na sala. A mãe. “Era muito bonita. Foi embora há menos de um mês.” Que idade na foto? “A gente tem a idade com que nasce. Dez, setenta. Ela era muito nova”.

A conversa alonga-se, uma tarde inteira. Pede algumas reservas. Vai sendo assim. Com interrupções e alguns entusiasmos sobre si enquanto protagonista de uma escrita que diz não controlar, rodeado pelos livros dos outros, por frases e palavras escritas a marcador nas paredes, como fazia em criança no quarto em casa dos pais, em Benfica. Essa casa que se fechou agora e pode voltar a abrir-se como museu, ou fundação. Não quer falar disso». 

António Lobo Antunes escreve Caminho como uma Casa em Chamas, um livro com cenário num prédio de quatro andares e um sótão. O amor, a morte, o tempo, o envelhecimento e o que cada um faz da sua vida são o pretexto para muitas interrogações. Algumas estão nesta conversa meio vadia. Ler no Público.

|notícia retirada daqui|

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