Afonso Cruz: "Não escrevo debaixo de um sobreiro"
Fotografia © Paulo Spranger/Global Imagens
Afonso Cruz lançou o seu Mar, o mais recente volume da Enciclopédia da Estória Universal, que tem vindo a publicar desde 2009. O DN conversou com o escritor que escolheu o Alentejo para viver.
Do Mar nada se vê desde a casa de Afonso Cruz, mesmo que nesse lugar onde mora num Alentejo profundo haja uma espécie de ondas a vir até junto da extrema do seu monte. São as ondas verdes da plantação do vizinho, que já foram da cor da terra lavrada há umas semanas, em vez da cor azul com que surge o título Mar no mais recente volume da Enciclopédia da Estória Universal.
Onde conta várias histórias, como a de um povo-cachalote que vivia numa aldeia flutuante no sudeste asiático; de como alguém dobrava as páginas do romance Moby Dick nas partes onde "encontrava frases que valia a pena serem arpoadas"; das garrafas que dão à praia e trazem dentro uma carta.
As histórias de Afonso Cruz têm vindo a fascinar muitos leitores desde que há meia dúzia de anos iniciou a profissão de escritor, mesmo que os seus vizinhos da planície desconheçam as razões de ter decidido ir viver para aquela região. Nada que os incomode pois o que faz falta é alguma animação por ali já que os veículos que passam de vez em quando pela estrada nunca param, coisa que deixa o vizinho pastor enfadado, apesar dele e do seu cão terem à guarda 165 ovelhas.
por João Céu e Silva| Diário de Notícias

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