Jean-Yves Ferri e Didier Conrad contam em entrevista tudo sobre o novo Astérix
| JOÃO CÉU E SILVA / Diário de Notícias
Quatro milhões de exemplares é a
tiragem do novo álbum de banda desenhada que chega hoje às livrarias.
A nova aventura criada por
Goscinny e Uderzo em 1959 intitula-se 'O Papiro de Astérix' e tem personagens
tão antigas como Obélix e novas como a inspirada em Julian Assange, o
Gerapolémix. Mas há mais, o druida Panoramix vai surpreender e a mulher do chefe,
Bonemine, pega as rédeas do poder. Diga-se que a partir desta manhã, poderá
saber tudo o que os sucessores, Jean-Yves Ferri e Didier Conrad, inventaram
para as novíssimas 48 pranchas.
Em entrevista, os novos autores, que nasceram no mesmo
ano que Astérix, 1959, revelam qual o álbum favorito. Diddier: "O que mais
gosto é Astérix e Cleópatra e o que menos gosto é A Grande Travessia."
Jean-Yves Ferri: "Gosto muito de Astérix e o Legionário e pouco do Obélix
e Companhia." Dão a explicação para estes gauleses se manterem populares
ao fim de tantos anos: "Goscinny e Uderzo criaram um pequeno mundo
intemporal que sobreviveu até à nossa época sem envelhecer. O desenho não
perdeu atualidade e é curioso ver que as continuações que mais vendem são as de
Astérix e a seguir a de Blake e Mortimer, em número muito superior a todos os
outros trabalhos, Ou seja, Astérix não ficou fora de moda. Não é o mesmo com
Tintim, que está desatualizado porque era mais realista e circunscrito a uma
época precisa, a dos anos 40 a 60."
Tal como Astérix, Ferri e Conrad não fugiram às
perguntas, até disputam as respostas como verdadeiros sucessores de Goscinny e
Uderzo. No final, disseram que gostariam de emigrar para Portugal, tema que
levou a questionar porque não há uma aventura de Astérix no nosso país. O
argumentista Ferri tomou nota e o desenhador Conrad fez questão de saber da
nossa convivência com os romanos, irritados por não nos deixarmos governar nem
nos sabermos governar.
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