"Bruno
Vieira Amaral é o vencedor do Prémio
Saramago 2015, premiado pela obra As Primeiras Coisas.
A obra, já distinguida com os prémios Fernando
Namora/Estoril Sol e P.E.N./Narrativa, marca a estreia literária do autor.
Para Manuel Frias Martins, um dos membros do júri,
este é um "livro cujo perfil documental e/ou sociológico se casa bem com a
malícia contida nos comentários por que o narrador se torna observador de
figuras muito especiais e de circunstâncias muito particulares de um bairro
Amélia sem existência física, mas ficcionado como se existisse, de facto,
graças a um forte apelo referencial à experiência social do leitor
contemporâneo".
Ana Paula Tavares, que também fez parte do júri,
destacou por seu turno, a "sereníssima beleza da prosa, o conseguimento do
conteúdo, [e] a maturidade estética".
"Trabalho muito original assente sobre uma
geografia de camadas sobrepostas que constituem o chão do 'bairro Amélia' que
tão bem suporta as personagens e a memória que as sustenta. A construção do
texto deixa escapar uma erudição que afasta o gratuito e a citação fácil",
atesta a poetisa na sua declaração.
O galardão, na nona edição, distingue autores com
menos de 35 anos, com obra editada em Língua Portuguesa, no último biénio, e
tem o valor pecuniário de 25.000 euros, segundo comunicado da Fundação Círculo
de Leitores, que o instituiu em 1999.
O júri é presidido pela editora Guilhermina Gomes,
sendo ainda constituído pela poetisa Ana Paula Tavares, os escritores Nelida
Piñon e António Mega Ferreira e a presidente da Fundação José Saramago, Pilar
del Río.
Por designação de Guilhermina Gomes, fazem parte do júri
Manuel Frias Martins, Nazaré Gomes dos Santos e Paula Cristina Costa, a quem
cabe "verificar a regularidade da candidatura", realizar uma primeira
leitura e um resumo do livro e "emitir um parecer sobre a obra",
segundo o regulamento.
O Prémio "celebra a nova literatura em língua
portuguesa, distinguindo jovens escritores por uma obra de ficção, romance ou
novela, publicada em qualquer país da lusofonia", segundo a mesma fonte.
Paulo José Miranda, com
"Natureza morta", foi o primeiro vencedor do Prémio José Saramago, em
1999, tendo sido também premiados José Luís Peixoto, Adriana Lisboa, Gonçalo M.
Tavares, Valter Hugo Mãe, João Tordo, Andréa del Fuego e Ondjaki, em 2013, com
"Os transparentes"." |notícia do Diário de Notícias|
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