Fotografia © Alfredo Cunha / Porto Editora
O poeta, que nasceu em 1930 no Funchal, morreu em casa, em Cascais.
Morreu o poeta Herberto Hélder, aos 84 anos. O poeta que nasceu em 1930 no Funchal morreu em casa, na terça-feira, em Cascais.
De tão anónimo que fez questão de ser, Herberto Hélder não dava entrevistas, nem queria ser notícia a não ser pela sua poesia. Situação que se verificava desde há muito anos e que só foi interrompida no dia 19 de fevereiro quando, por intervenção do editor Manuel Valente, o fotógrafo Alfredo Cunha o fotografou.
Será essa, provavelmente, a sua última fotografia em vida, na qual o rosto não está muito diferente das imagens antigas que se conheciam do poeta. Até porque os fotogramas são a preto e branco.
Herberto Helder Oliveira nasceu no Funchal 23 de novembro de 1930. Frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, mudou-se para Lisboa, onde exerceu profissões como jornalista, bibliotecário, tradutor e apresentador de rádio. Foi redator da revista Notícia em Luanda, em 1971, e colaborador da revista Pirâmide.
Se até boa parte da sua vida esta era pública, nas últimas décadas fechou-se à exposição mediática, facto que o rodeou tanto de mistério como de alguma curiosidade sobre a sua vida. Entre os fenómenos decorrentes deste fecho à sociedade esteve também a enorme valorização dos seus últimos livros, sendo as edições em número de cinco mil exemplares para uma procura acentuadamente superior.
Negou-se a dar entrevistas e quando em 1994 foi escolhido pelo juri do Prémio Pessoa recusou o galardão. Recentemente, deixou a editora de muitos anos, a Assírio & Alvim, e surpreendentemente mudou-se para a Porto Editora.
Casou duas vezes. Entre as suas obras mais importantes está 'Photomaton & Vox', bem como a antologia 'Poesia Toda'.
por João Céu e Silva, in Jornal de Notícias
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