Há muito que se sabia como os livros são um estímulo importante para as crianças. Mas podem tornar-se também um factor de saúde a partir de uma idade tão precoce como aos seis meses. Folhear as páginas ajuda ao desenvolvimento motor, para já não falar de como aumenta a capacidade cognitiva do bébé.
Daí que em muitos Centros de Saúde vá começar a campanha Ler dá mais saúde, aplicação nacional do projecto americano Reach out and read. Se nos EUA são dados livros às crianças nas consultas, em Portugal não será bem assim, mas os pais receberão pelo menos conselhos sobre quais os indicados para cada idade.
Como será um livro para "ler" aos seis meses? "Deve ser de esponja ou de cartão grosso e ter imagens simples, a que os adultos associem os sons correspondentes", responde Risério Salgado, um dos médicos promotores da iniciativa.
A ela se associa o Plano Nacional de Leitura. É que os estudos têm demonstrado que estes superjovens leitores terão todas as razões para manter esse caminho em adultos. "Contar uma história está associado aos pais e ao ritual de ir para a cama. É normal que a recordação desse momento de afecto marque o gosto pela leitura pela vida fora", explica aquele médico.
Outra boa notícia é que o livro não ajuda apenas a saúde das crianças. As estatísticas mostram que as pessoas com mais escolaridade têm maior esperança de vida, lidam melhor com doenças crónicas e têm melhores índices de sobrevivência após episódios graves, como enfartes de miocárdio. Tudo isto por compreenderem as instruções médicas e aderirem melhor a elas.
in Visão nº869

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