Aos 86 anos, o escritor, crítico e ensaísta foi distinguido por ser “um pensador capaz de uma intervenção cívica e cultural de grande relevância, com um contributo notável para a projeção da língua portuguesa como língua do pensamento crítico”, segundo o júri

Depois de Paulina Chiziane, a primeira escritora moçambicana e negra a receber o Prémio Camões, em 2022 atravessou-se o Atlântico para atribuir a distinção. Silviano Santiago, escritor, professor e crítico brasileiro de 86 anos foi o contemplado desta edição que, como as anteriores, premeia especificamente um autor de língua portuguesa.

Nascido na localidade de Formiga, no estado de Minas Gerais, em 1936, é formado em letras neolatinas. Doutorou-se em letras francesas na Sorbonne, com uma tese sobre André Gide. Recebeu no seu percurso outros galardões importantes, como o Oceanos, em 2015, e o Jabuti, dois anos depois.

Nas palavras do júri, o autor — cujos livros mais marcantes são “Uma Literatura nos Trópicos”, “Em Liberdade” e “Mil Rosas Roubadas” — ,"além de escritor com uma obra literária com vários prémios nacionais e internacionais, é um pensador capaz de uma intervenção cívica e cultural de grande relevância, com um contributo notável para a projeção da língua portuguesa como língua do pensamento crítico, no Brasil e fora dele (nos países ibero-americanos, africanos, nos Estados Unidos e na Europa).”

O Prémio Camões foi criado em 1989 e Miguel Torga foi o primeiro depositário, seguindo-se-lhe uma galeria de escritores dos três continentes onde se fala o português, como os moçambicanos Paulina Chiziane, Mia Couto e José Craveirinha, os portugueses Vítor Aguiar e Silva, José Saramago, Sophia de Mello Breyner, Manuel António Pina e Eugénio de Andrade, os angolanos Pepetela e José Luandino Vieira (o único que o recusou), o cabo-verdiano Arménio Vieira, e os brasileiros Jorge Amado, Lygia Fagundes Telles, Chico Buarque, Ferreira Gullar, Raduan Nassar e Dalton Trevisan, entre muitos outros nomes. O Brasil lidera a lista de vencedores, tendo arrebatado o Camões em 14 ocasiões. 

Notícia retirada DAQUI.

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