No âmbito do projeto que a Biblioteca da ESA anualmente propõe – Na rota de um escritor! - nasceu a ideia de visitar a Holanda fazendo um breve percurso pelos passos trilhados pelo escritor luso-holandês José Rentes de Carvalho!


Crónica 
escrita pela professora Rosa Sousa 
e revista pela professora Adelaide Peres

"Agradavelmente planificada pela professora bibliotecária da ESA, profª Adelaide Peres,  foram 25 os professores que numa avidez pelo desconhecido, partiram no dia 13 de julho, explorando espaços deste planeta que continua a seduzir pelo mistério e a encantar pela diversidade de modos de ser e entender o real.




O primeiro momento foi em Haia, capital política dos países baixos tão longínquas são as serras e aglomerados montanhosos deste país. Aqui já vislumbramos os canais por entre as casas de telhados pontiagudos e de cores escuras que ombreiam com as pontes extremamente simples mas sempre acompanhadas de vistosos vasos de sardinheiras que imprimem um colorido único à cidade!  


Em Haia respira-se um ambiente de calmaria bem consentâneo com o nosso desejo de final de ano letivo. Começamos a notar as diferenças culturais que nos admiram e enriquecem: o número infindável mas necessariamente imprescindível de bicicletas como meio de transporte da simples e jovial adolescente ao mais bem vestido executivo que, delicadamente, se movimenta sem nunca esquecer o som repentino da engraçada buzina…pi…pi! 
Nunca tinha pensado…
… é sempre necessariamente importante apreender, nos primeiros momentos que abraçamos a cidade desconhecida, o inevitável código de comunicação, mas também, o modus vivendi que nos diferencia e com o qual teremos de lidar na visita!

Haia é também a sede do Tribunal Internacional dos Direitos do Homem que nos fez espreitar pelos majestosos portões de ferro, as várias situações de crimes de guerra por punir e as vidas humanas estilhaçadas.





Também fomos a Delft – a cidade calma que nos acolhe com um moinho gigante e com réplicas em porcelana para transportar com as memórias. 




De visita a um mercado de artesanato apreciamos peças e manualidades tipicamente holandesas, bem como a gentileza de um povo que, em inglês e alguns gestos, nos afaga com sorrisos. 



Aqui começamos a experimentar sabores e saberes de uma gastronomia sempre acompanhada de uma boa cerveja que, por estes lados, não regateia preços, horas e nem nacionalidades.



Já em Roterdão maravilhamo-nos com o colorido ousado do mercado em que podemos apreciar as janelas dos apartamentos que albergam famílias e a inusitada arquitetura das casas em cubos, não muito longe deste espaço.





Roterdão concilia as tradicionais casas de tijolo escuro com uma arquitetura avant garde de prédios de enormes espelhos envidraçados e suportados por gigantes peças de alumínio que lhe conferem uma dança harmonioso entre o que é e o que pode ser numa inqualificável demonstração de criatividade e genialidade humanas.

E eis que chegamos… Amesterdão
Muitos de nós, a maioria, apenas sentira o sabor da cidade nas palavras sempre inconfundíveis e docemente sussurradas pela voz quente de Jacques Brel!

A Estação central de comboio, o porto, os canais, a biblioteca, as casas, as ruelas, as montras, o movimento caótico do trânsito com as bicicletas quase a atropelar-nos não fosse os nossos cuidados e avisos de um grupo que longe de casa prima pela cumplicidade e altruísmo, porque todos somos de todos – um grupo admirável, confesso!



Mas a visita é culturalmente marcante: visita profundamente refletida à casa de Anne Frank onde ainda se sente o medo daquela miúda cujo crime era apenas uma hereditariedade não escolhida e abusiva e horrivelmente perseguida! Que a história sinta estes momentos feitos diário de uma menina que nos legou as suas vivências para não esquecermos!

Outro museu para não esquecer: Rijksmuseum com obras de Rembrandt e Vermeer e o icónico I AMSTERDAM onde todos se querem fotografar para recordarem a cidade. 



Um passeio de barco pelos canais debaixo de um sol abrasador foi um momento muito, mesmo muito bonito!









Cerca de 800 mil habitantes numa mistura de 115 nacionalidades são alguns dos aspectos desta cidade atrevida que alguns nomeiam como a cidade do pecado, mas eu preferiria, mil vezes, apelidá-la de cidade da tolerância tal é a forma séria e respeituosa como as relações humanas, no que concerne à relação entre sexos é entendida.

Amesterdão, que mais posso dizer?
Que não perdemos uma visita ao concorrido Red Light Distrit verdadeira atração das noites da cidade e mostra um aspeto do sensível tema da sempre controversa prostituição, aqui legalidade e lembrada em algumas esculturas de bronze!



Que não poderíamos voltar sem sentir o cheiro perfumado do mercado das flores e de provar os sempre apetecíveis queijos das pequenas e acolhedoras queijarias.









Que…
Que a partida deixou em nós um misto de cansaço agradavelmente sentido e uma pequena saudade tão nossa, tão portuguesa! Alguns de nós já à porta de estação…olharam para trás como que a pensar:
- Até já, Amersterdão! Foi bom estar contigo e, sobretudo, viver esta experiência num grupo que, desde o primeiro momento, se abraçou num profundo sentimento de boa, agradável  e genuína convivência de quem aprendeu   a gostar de estar com o OUTRO!"








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