No âmbito da disciplina de Português do Curso Profissional de Técnico de Informação e Animação Turística - 12.º F, a aluna Beatriz Oliveira escreveu este texto de opinião.

"Será que já alguém se perguntou se os alunos realmente querem estudar até aos 18 anos? Será que todos preferem frequentar a escola até essa idade ou até gostariam de poder trabalhar?  

Nunca ouvi ninguém perguntar a um aluno, nem nunca me perguntaram, se era mesmo isto que nós queríamos, se não preferíamos sair e entrar no mundo do trabalho. A verdade, é que o sistema educativo, supostamente, contribui para o desenvolvimento de valores e de competências e ainda promove a inclusão na sociedade. Contudo, não é isso que acontece nos nossos dias. Sim, aqui adquirimos competências que noutro sítio não seriam possíveis, ainda assim, que valores nos são dados? O aluno ter mais voz do que o professor? O aluno “pisar” os empregados e ser mal-educado? Não, isto não está certo. Não é assim que as coisas devem ser. A escola promove a inclusão na sociedade, mas e então o que significam todos os casos de bullying que passam na televisão, ou até mesmo os que se passam ao nosso lado na fila do refeitório? Isto é inclusão? Não me parece. A meu ver, perto dos 18 anos de idade, deveria ser feito ao aluno um questionário, com a finalidade de se conseguir perceber se realmente este quer ou não continuar. Eu, como aluna, felizmente, tenho a capacidade de perceber e aproveitar, todas as oportunidades que me são dadas, mas é por eu ter interesse em aprender e em ter uma participação ativa no meio escolar, que todos têm de ter? Claro que não! 

Eu gosto de aprender e até entendo o ditado que diz: “O saber não ocupa espaço, e sim o vazio de nada saber.” – Gabriel de Queiroz Ribeiro, mas já alguém se apercebeu de que os alunos saem da escola sem entender sequer o que é um IRS? Sem saber, realmente, como funciona a aquisição de uma casa, por exemplo? Será que estas coisas não são relevantes, visto que não são abordadas? Não é importante o aluno perceber como funciona a vida fora da escola?  

Talvez devesse haver mais preocupação com as vontades dos alunos. Assim como eu gosto de estudar e aprender, podem, e certamente haverão, alunos que simplesmente não gostam e que preferiam trabalhar. Posto isto, penso que posso afirmar que este inquérito de que falei, era uma ótima ideia. Primeiro, os alunos percebiam a preocupação da instituição “Escola”, perante as suas vontades e desejos; segundo, porque temos de admitir que a maioria dos casos de mau comportamento e participações provêm destas pessoas. Logo, até seria bom para a escola, porque essa percentagem iria diminuir.  

Muitos são os pontos que eu poderia abordar aqui, mas honestamente, não vale a pena. Um só, não muda nada. Teríamos de juntos, protestar pelo nosso direito de sermos ouvidos, pelo direito de termos voz! 

Apenas juntos!" 

Beatriz Brandão Oliveira, n.º3, 12.ºF 

Curso Profissional de Técnico de Informação e Animação Turística  

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