Instituído em 1980 pela Fundação Casa de Mateus, em Vila Real, o galardão é atribuído a uma obra literária - de poesia, ensaio ou ficção - publicada no ano anterior ao da atribuição do prémio.
O júri desta edição foi composto pelos escritores Vasco Graça Moura, Nuno Júdice e Fernando Pinto do Amaral.

“As Luzes de Leonor”, obra lançada em 2011 pela D. Quixote, é um romance sobre a vida da marquesa de Alorna, Leonor de Almeida Portugal de Lorena e Lencastre (1750-1839), neta dos marqueses de Távora, uma mulher que se destacou na história literária e política de Portugal num período denominado por “século das luzes”.

Para o secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, o romance premiado, “As Luzes de Leonor”, é “uma obra muito especial”. "É um romance onde história e literatura se cruzam de uma forma hábil, comovente e poética. Maria Teresa Horta conseguiu-o porque é uma poeta de eleição, cuja sensibilidade lhe permitiu interpretar e desenhar a biografia de uma personagem tão importante como a marquesa de Alorna”, destacou Viegas à Lusa.

A autora recordou que o livro, editado pela D. Quixote, demorou 13 anos a escrever, implicando “muita pesquisa e muita paixão”.

Ideia partilhada pelo secretário de Estado da Cultura: “Durante anos a autora trabalhou em redor da vida de uma figura tão singular como a marquesa de Alorna, decisiva para compreendermos a transição do século XVIII para o século XIX, o papel da mulher e nesse período tão importante para a consciência europeia e para a cultura portuguesa”.

Para o responsável pela área da cultura no Governo e também escritor, a atribuição do Prémio D. Dinis a “As Luzes de Leonor” é “uma boa notícia que festeja um bom romance, uma autora e um género literário que, felizmente, não corre o risco de desaparecer”.

Maria Teresa Horta seguiu a biografia de Leonor de Lorena, sua avó em quinto grau, autora de uma vasta obra poética, parte dela ainda publicada em vida.

Nascida em 1937, em Lisboa, Maria Teresa Horta estudou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi jornalista e activista do Movimento Feminista de Portugal juntamente com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, com quem escreveu o livro “Novas Cartas Portuguesas”.

“Amor Habitado” (1963), “Ana” (1974) e “O Destino” (1997) contam-se entre mais de duas dezenas de obras publicadas.

Em 2010, o Prémio D. Dinis tinha sido atribuído a João Barrento pelo livro “O Género Intranquilo. Anatomia do Ensaio e do Fragmento”.

Desde a criação do galardão, foram distinguidos, entre outros, os escritores Agustina Bessa Luís, Manuel Alegre, Sophia de Mello Breyner Andresen e os historiadores Nuno Gonçalo Monteiro e Rui Ramos.

A Fundação Casa de Mateus foi instituída em 1970 com o objectivo de conservar e divulgar o seu património e arquivo e desenvolver actividades culturais, científicas e pedagógicas nas quais se inserem a atribuição do Prémio D. Dinis.
http://www.publico.pt/Cultura/maria-teresa-horta-vence-premio-d-dinis-2011-1527559

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