Num prédio encostado à praia, homens, mulheres e crianças - vizinhos que se cruzam mas se desconhecem - andam à procura do que lhes falta: um pouco de paz, de música, de calor, de um deus que lhes sirva. Todas as janelas estão viradas para dentro e até o vento parece soprar em quem lá vive. Há uma viúva sozinha com um gato, um homem que se esconde a inventar futuros, o bebé que testa os pais desavindos, o reformado que constrói loucuras na cave, uma família quase quase normal, um padre com uma doença de fé, o apartamento vazio cheio dos que o deixaram. O elevador sobe cansado, a menina chora e os canos estrebucham. É esse o som dos dias, porque não há maneira de o medo se fazer ouvir.
A semana em que decorre esta história é bruscamente interrompida por uma tempestade que deixa o prédio sem luz e suspende as vidas das personagens - como uma bolha no tempo que permite pensar, rever o passado, perdoar, reagir, ser também mais vizinho. Entre o fim de um ano e o começo de outro, tudo pode realmente acontecer - e, pelo meio, nasce Cristo e salva-se um homem.
Embora numa cidade de província, e à beira-mar, este prédio fica mesmo ao virar da esquina, talvez o habitemos e não o saibamos.
Com imagens de extraordinário fulgor a que o autor nos habituou com o seu primeiro romance, Debaixo de Algum Céu retrata de forma límpida e comovente o purgatório que é a vida dos homens e a busca que cada um empreende pela redenção.
Francesinhas à Moda do Porto
Inclui Dicionário Gastronómico Tripeiro
Edição/reimpressão: 2011
Páginas: 96
Editor: Lugar da Palavra
ISBN: 9789898255624
Depois de Heróis à Moda do Porto… FRANCESINHAS À MODA DO PORTO!
Inclui Dicionário Gastronómico Tripeiro
Estás é a arrotar postas de pescada!
Cheira-me a estrugido…
Não gosta de dobrar o garfo. É um pastelão.
Um fino e uma francesinha, fáchavor!
Ontem, não vi o padeiro.
Mandas cá uma penca!
Guilhermina Doravante (em Francesinha Azul) encontra os comprimidos azuis do falecido. Por obra do acaso, deixa-os cair no molho das francesinhas.
Como o que não mata, engorda, desconhecendo a sua função, tritura-os com a varinha mágica e serve a clientela. E o milagre aconteceu, nessa noite, na Rua do Bonjardim… Fique, também, a saber como uma francesinha pode salvar uma vida (em Posso tirar-lhe um segundo?) ou mesmo a humanidade (A última ceia). E como pode ter mais valor do que casar com a verdadeira realeza (O Príncipe Encantado) ou salvar gémeos dos perigos da floresta (Maria João e António Maria)… São contos hilariantes, servidos em molho picante e, claro, com acentuada pronúncia do Porto.
Ofertas da Editora Leya (pelo seu representante Álvaro Vieira):